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segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Largo do Carmo e eu !! (6)





O Largo do Carmo e eu !! (6)

O Quartel do Carmo da GNR

Estou ligado a este quartel de duas formas; na infância e juventude, e pela revolução dos cravos.
Na infância, porque a entrada secundária do quartel dava para a Calçada do Carmo, e a miudagem por vezes pedia para ir ver os cavalos, o que de quando em vez era concedido.

Eu e meu irmão, passava-mos largos momentos junto das cavalariças, e adorava ver ferrar os cavalos, sentir o fumo e cheiro a casco queimado para moldar as ferraduras, o pregar e cortar dos grandes cravos de fixação (davam-nos alguns e fazia-mos anéis com eles) e também o aparar em xadrez do pêlo nos lombos traseiros dos cavalos.

Estou certo que foi aí que nasceu o meu gosto por cavalos, e mais tarde comprar umas botas de cano alto e a frequentar a Escola de Equitação que existia na rua Alexandre Herculano.
Também meu irmão, certa vez foi obrigado a uma "visita forçada" ao quartel e esteve na casa da guarda umas horas, até nosso pai interceder e ser "libertado" ""...libertado pela GNR...mas desancado em casa.

O motivo...bem...não tem muita graça !!
Tinha aparecido entre os miudos a moda de fazer fisgas com um elástico entrelaçado nos dedos e aremessar clips partidos ao meio em forma de U.

Era inconsciente apontar às pessoas, mas...miudos de poucos anos não pensam...e meu irmão lá acertou na perna de uma senhora, e por "azar" foi visto por uma vendedeira de bananas que fazia qurtel general diariamente à porta da nossa casa, e não nutria muita simpatia pela petizada que lhe atentava a vida, e lá lhe roubava uma ou outra bananinha.

Foi ela que apontou meu irmão ao guarda da GNR que inquiriu do sucedido, por queixa da senhora ferida, que exibia a perna ensanguentada.

Recordo que meu pai ainda se viu em complicados tramites para resolver o caso de uma forma concensual, o que não foi fácil, pois a juntar á gravidade do caso, o guarda encarregue do inquérito era bronco como as portas.

Meu irmão é que levou uma tareia monumental, e ficou uma série de tempo com castigos.

Uma brincadeira altamente perigosa, que uns anitos mais tarde e já mais espigadotes, voltou á "triste moda" e a ser utilizada nas "purrias" entre as ruas rivais do Duque e da Condessa.
Anos depois, viria a ser este quartel o ex-libris da revolução de 25 Abril 1974.
O capitão Salgueiro Maia comandou as tropas que sitiaram o quartel, pois foi nele que se refugiou o professor Marcelo Caetano com alguns ministros, e onde acabou por se render e entregar o poder e o Governo da Nação ao General Spinola.

fotos Google

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